Confira o que rolou no primeiro Encontro do Social Good Lab em São Paulo

Já contamos pra você como foi o primeiro encontro desta edição do SGB Lab em Florianópolis! Agora chegou a hora de você ficar sabendo como foi em São Paulo. O relato é uma colaboração de alguém que acompanhou tudo de pertinho, com a maior sensibilidade do mundo: Andressa Trivelli, Coordenadora do SGB Lab em São Paulo e anfitriã de todos.

Dia 1: A construção da metodologia

O dia começou logo cedo. Às 7h40 já havia Labbers que vieram de outras cidades aguardando o início das atividades! Café da manhã posto, os demais chegavam, enquanto a equipe tentava identificar as carinhas que até então só conhecíamos por vídeo.

A primeira atividade foi um get-to-know-each-other: solicitamos que cada participante escrevesse em um post-it seu nome, seu projeto e uma palavra que significasse o objetivo no Lab.O primeiro dia foi dedicado a apresentarmos e conhecermos a metodologia deDesign Thinking. Junto com os facilitadores Edgar e Reinhold da IntoActions, trabalhamos ao longo do dia questões e conceitos relativos à mundança de paradigmas, modelos mentais e pontos de vista, Mapa de Stakeholders, a Jornada do Cliente, criação de Personas e prototipagem. A capacidade de criar empatia, a fim de conhecer as pessoas que passam pelo problema que cada iniciativa ajuda solucionar foi o tema transversal de todo o primeiro dia de encontro.

Tudo o que foi visto na sexta-feira foi colocado em prática no segundo dia.

Dia 2: No Campo!

Saímos da frente do Centro Ruth Cardoso às 7h em direção ao Jardim Ângela, bairro paulistano que nos anos 90 foi considerado pela ONU uma das regiões mais violentas do mundo. Em 1996, o índice de mortalidade por homicídio diário ultrapassava o de guerras civis! Hoje muita coisa mudou no bairro, ainda que seu IDH seja quase a metade da média do Brasil: algumas organizações civis foram essenciais nas melhorias do bairro nos últimos anos. A Fundação Arco e a Produtora Cultural A Banca, parceiros do Social Good Brasil, são dois exemplos.

A Banca, fundada em 2000, tem como objetivo realizar eventos e desenvolver a música e a cultura Hip Hop como ferramentas de inclusão cultural e socioeconômica para jovens em situação de vulnerabilidade social. Um dos serviços que oferece são os Intercâmbios de Vivências de Cultura Urbana, que foi justamente o que aconteceu nesse dia do #sejoga! E como o pessoal se jogou!  Em parceria com a Fundação Arco, A Banca e mais 12 anfitriões do bairro receberam os Labbers de braços abertos e com muito som.

Cada anfitrião acompanhou um grupo de aproximadamente 5 Labbers em um estabelecimento comercial do bairro.  O objetivo era exercitar a entrevista empática, tentando buscar soluções para melhorar a experiência do empreendedor do estabelecimento e dos seus clientes. De volta à sede da Arco, com a ajuda das ferramentas que conhecemos no primeiro dia,  foram desenvolvidas sugestões de soluções práticas e aplicáveis àqueles estabelecimentos.

Nem o frio, nem a chuva do dia impediram que todo mundo trabalhasse muito! Dava para ouvir os neurônios fervendo: construíram-se personas, pontos de vista novos dos problemas e protótipos das soluções, que foram apresentados e os anfitriões ficaram incumbidos de incentivar a implementação.

Não sei se foi o frio, a disposição dos Labbers, a receptividade dos anfitriões d’A Banca  e da Arco, ou tudo isso #juntoemisturado, mas os resultados foram incríveis. As atividades se estenderam por mais tempo do que o programado, mas todos estavam realmente felizes e mergulhados naquele mundo.  Todos estavam mergulhados mesmo! Até os anfitriões não queriam parar: tanto que aceitaram o convite de vir no terceiro dia do #sejoga para seguir colaborando (e aprendendo!) com as atividades dos Labbers.

E o dia não podia, em nenhuma hipótese, ter terminado de outro jeito: com música!

De volta ao Centro Ruth Cardoso às 20h30, todos sabiam que o último dia seria ainda mais intenso: seria hora de trabalhar nos próprios projetos. E dessa vez com mais gente na sala: os anfitriões do Ângela. Intercâmbios de Vivências Urbanas? CHECK!

Dia 3: E o meu projeto?

Começamos cedo no sábado, mas domingo foi um pouco diferente. Também pudera, o pessoal já estava mais cansado. A agenda atrasou um pouco, mas sem prejuízos, porque o clima e as relações que se construíram nesses dois dias mantiveram as pessoas, mesmo cansadas física e mentalmente, animadas e cheias de energia! O dia começou com dança. Dança? Sim! A anfitriã Bia faz parte de um grupo de dança de rua e comandou o “Acordar” do pessoal ensinando passos e botando o pessoal para se mexer.

Logo depois, todos fizeram suas reflexões sobre como vinham participando do processo e como tinha sido a experiência prática no dia anterior, relacionando com cada uma das iniciativas que trouxeram para serem desenvolvidas no SGB Lab 2015.

Após o almoço, os grupos foram re-divididos em temas comuns das iniciativas e foram desafiados a rever e reescrever o problema social que se propuseram a resolver. Foram convidados a rever o que já haviam produzido até então e, dessa vez, tentar criar um novo ponto de vista!

E como houve gente que percebeu que tinha que fazer tudo de novo! E que bom que isso foi percebido! É a intenção do SGB Lab! É aqui que podemos errar, que podemos testar, que podemos contar com um ambiente que nos acolha para expressarmos a vontade de melhorar o mundo e os problemas sociais. É no Lab que queremos que as pessoas andem passos para trás para traçar novos caminhos a frente. Os Labbers perceberam a importância disso, de em alguns casos até mesmo refazer suas entrevistas com stakeholders, de voltar a interagir com seus usuários. Será que a solução que imaginei realmente resolve o problema que também imaginei que existe para aquelas pessoas?

O plano era esse mesmo! Desafio entregue para os Labbers de São Paulo: até dia 10 de agosto eles nos entregarão os aprendizados do desenvolvimento de três protótipos diferentes das suas soluções!

Última atividade: resgatar os post-its do primeiro dia. A palavra que te definia, mudou?

E com o som alto, mil abraços de “até agosto”, incontáveis trocas de telefone, whatsapp e email, conversas ao pé do ouvido e milhões dúvidas pairando na cabecinha de cada um, o #sejoga terminou às 18h do domingo. A boa energia que pairava no auditório era tanta que as pessoas não queriam ir embora! A Equipe do SGBLab agradece a cada um que participou e se jogou de verdade nessa experiência e ficamos mais felizes ainda de saber que foi, para cada um, uma experiência realmente transformadora.

E o #vaiprarua São Paulo, o 2º encontro do SGB Lab 2014, vem aí: dias 29, 30 e 31 de agosto!

Por Andressa Trivelli, Coordenadora do SGB Lab em São Paulo